Últimas cenas do primeiro turno nas redes

Últimas cenas do primeiro turno nas redes

Na última semana do primeiro turno, o perfil de Jair Bolsonaro no Facebook registrou um aumento muito grande em visualizações e interações – foram quase três vezes maiores do que as de Lula. Esses números expressivos não haviam sido ainda registrados ao longo da campanha, ou seja, as interações e visualizações dos dois perfis se mantinham próximas, com vantagem de Bolsonaro, mas sem uma diferença tão expressiva como a registrada na última semana, o que pode indicar uma ofensiva da campanha bolsonarista para garantir o segundo turno.

E dessa forma, puxado pelo crescimento individual de Jair Bolsonaro, o conjunto do campo bolsonarista também apresentou números mais altos na última semana de campanha do primeiro turno.

No Instagram, Bolsonaro repetiu o grande aumento nas visualizações: quase 6 vezes mais visualizações do que o perfil de Lula. Mas o ex-presidente manteve a dianteira em interações e reconquistou a frente no aumento do número de seguidores. Também cabe destacar que o campo lulista apresentou crescimento no número de interações na semana e se distanciou dos números do campo bolsonarista, o que é também um fato inédito na campanha.

 

Vamos agora aguardar as movimentações da primeira semana de campanha do segundo turno, que teve início no dia 3.

 

Última semana do primeiro turno:

Facebook

Interações Visualizações Seguidores Crescimento de seguidores
Bolsonarismo 18586482 74641468 63060000 143762
Lulismo 8860517 26302384 36170000 81364

 

Interações Visualizações Seguidores Crescimento de seguidores
Bolsonaro 7475526 24479896 14810914 72328
Lula 2553320 5698838 5187907 50522

 

Instagram 
Interações Visualizações Seguidores Crescimento de seguidores
Bolsonarismo 25816331 39153601 51270000 1710556
Lulismo 48094066 16689774 39570000 1667648

 

Interações Visualizações Seguidores Crescimento de seguidores
Bolsonaro 15977207 31607177 22665763 1048165
Lula 16686053 5311073 8204615 1227135

 

Guerra santa no Twitter

O campo bolsonarista demorou a se articular para responder às acusações de que Jair Bolsonaro frequenta a maçonaria. Segundo o monitoramento que realizamos, no dia 5/10 havia pouquíssimos tuítes sobre o tema no campo bolsonarista, o que significa que acusaram o golpe e demoraram a se articular para dar uma resposta adequada nas redes. Ao contrário, o campo lulista se apropriou do tema.

Sobre maçonaria, no dia 5, o campo bolsonarista publicou 16 tweets, contra 179 do campo lulista. Evangélicos influenciadores como Andre Valadão, Marcos Feliciano e Nikolas Ferreira demoraram bastante a entrar em campo na narrativa para defender bolsonaro, ou seja, a contranarrativa deles estava desorganizada.

Análise: Bolsonarismo engajou nas redes com questionamento a integridade das urnas

Análise: Bolsonarismo engajou nas redes com questionamento a integridade das urnas

 

Editoria de Desinformação e Redes

Publicado no Boletim da Carta Capital

Na quarta semana de campanha eleitoral, o monitoramento da equipe de Redes do Observatório das Eleições, nosso relatório avaliou o efeito da cobertura dos atos em favor de Bolsonaro durante as celebrações do Bicentenário da Independência brasileira. Conforme esperado, as redes sociais monitoradas (Facebook e Instagram) demonstraram, ambas, dados favoráveis ao bolsonarismo.

Entretanto, os dados não foram tão positivos quanto os apoiadores do presidente esperavam. Tanto no Facebook, quanto no Instagram notamos que os números de interações, visualizações e seguidores aumentaram no grupo de páginas bolsonaristas, como esperávamos para uma semana com um evento tão importante. Todavia, os números foram inferiores aos da segunda semana de campanha, quando ocorreram as sabatinas dos candidatos à Presidência no Jornal Nacional, da TV Globo.

Narrativas na semana no Twitter

Na semana de 1 a 16 de setembro, a partir de um monitoramento considerando-se os temas mais relevantes no espectro do tema guarda-chuva “sistema eleitoral”, a partir dos tuítes com mais engajamento, foi possível identificar as narrativas que ganharam mais força, em cada campo, em relação às urnas eletrônicas:

Campo bolsonarista: ridicularizou a segurança das urnas eletrônicas e alegou a impossibilidade de se fazerem questionamentos sobre as urnas e o próprio sistema eleitoral (pois são perseguidos, segundo alegam). O campo bolsonarista também estabeleceu um paralelo distorcido do que ocorre na constituinte chilena com o debate sobre a integridade das urnas eletrônicas no Brasil.

Campo lulista: houve uma ridicularização da participação das Forças Armadas no debate sobre segurança das urnas eletrônicas e crítica à atenção dada a essa pauta pelo bolsonarismo diante da pauta da fome que atinge parte expressiva da população brasileira. Houve referência ao envolvimento do Exército nos testes de integridade das urnas no dia da eleição.

Esse material de análise foi produzido pela equipe da Editoria de Redes do Observatório das Eleições a partir do monitoramento de 400 contas, englobando atores diversos do campo Lulista e do campo Bolsonarista, em quatro plataformas: Twitter, Youtube, Facebook e Instagram. A Editoria de Redes Sociais do Observatório das Eleições visa produzir dados e análises sobre como as tecnologias digitais estão sendo utilizadas pelos atores nas eleições de 2022. A partir do monitoramento das plataformas, contribuímos para mostrar tendências e para avaliar o comportamento público de candidatos (as), militantes e apoiadores. Também lançamos luz sobre as políticas das empresas de Internet e sua relação com as autoridades eleitorais. Para mais informações e acesso a dados e análises, vejam a nossa página… e sigam as nossas redes.

Boletim Desinformação e Redes

Boletim Desinformação e Redes

Boletim de Redes e Desinformação

Publicado no Viomundo

O bolsonarismo usou e abusou da religião para fazer a mobilização para os atos de 7 de setembro. O monitoramento feito no Facebook identificou ao menos dois tipos de conteúdos que mais produziram interações em torno da data:

  1. Ênfase à importância da mobilização cívica da data para demonstrar a força social de Jair Bolsonaro e denunciar a teoria conspiratória de que ele é perseguido pela imprensa e pelo Poder Judiciário – STF e TSE.
  2. Uma interpretação do passado do país a partir do culto e da valorização da exploração colonial cristã portuguesa no Brasil

Esses dois motes estiveram presentes de maneira expressiva nos videos e textos convocando para o ato.

Sobre a importância da mobilização cívica, as publicações que se sobressaíram, em termos de engajamento, foram de contas de figuras políticas do bolsonarismo, com destaque para a deputada federal Carla Zambelli e o próprio Jair Bolsonaro.

A publicação de mais destaque da deputada, publicada em 6 de agosto, trata a mobilização como uma demonstração de força de Bolsonaro contra ministros do STF.

Em relação à ideia de uma valorização da colonização cristã, as publicações com maior engajamento foram de contas que já tinham um histórico de publicações dedicadas ao tema da religião

Engajamentos no Twitter

Lula postou menos, mas engajou 38% a mais por postagem no twitter na semana do 7 de setembro.

Bolsonaro aumentou o ritmo de publicações e teve crescimento de 8,5% de engajamento total – na reta final da campanha, isso deve se intensificar.

O post mais bem-sucedido de Bolsonaro foi o que ele critica Lula por tê-lo comparado ao movimento extremista Ku Klux Klan, com um total de 121.695 interações.

Em relação a Lula, a postagem dele ressaltando o reencontro com Marina Silva para discutir propostas para o meio ambiente teve uma boa repercussão, gerando gerou 106 mil interações.

Boletim de Redes

Boletim de Redes

Publicado no Viomundo

(Produzido pela equipe da Editoria de Redes)

 

A terceira semana de campanha (antes do 7 de setembro)

Na terceira semana de campanha, os perfis individuais de Lula e Bolsonaro no Instagram apresentam estabilidade em duas categorias analisadas: interação e número de seguidores. Bolsonaro é sempre quem tem mais interações, e Lula é quem teve o maior crescimento no número de seguidores.

As diferenças vieram nas visualizações: na primeira semana, Lula venceu; na segunda, Bolsonaro. E agora, na terceira semana, Lula retoma a frente e apresenta mais visualizações do que Bolsonaro.

Quando analisamos as redes bolsonarista e lulista, também observamos mudanças. O Lulismo aproveitou esta última semana e retomou a liderança em visualizações e, pela primeira vez, teve mais interações que o bolsonarismo. O campo de Bolsonaro, por sua vez, manteve, pela segunda semana seguida, a frente no aumento no número de seguidores.

As duas redes do Meta mostram resultados distintos: enquanto o Facebook continua como um site de rede social no qual o bolsonarismo consegue interagir melhor do que o Lulismo, o Instagram é o campo em que a a candidatura de Lula consegue não apenas liderar, como o próprio ex-presidente tem um perfil que consegue superar Bolsonaro em diversas métricas.

 

As movimentações no 7 de Setembro  

 

No Google, o termo “imbrochável” e/ou “imbroxável” suscitou várias buscas de usuários – os achados mostram quatro pontos principais de pesquisa: dúvidas sobre o significado da expressão, seu uso (com alta vinculação ao grupo militar), utilizações da expressão por Jair Bolsonaro (PL) e repercussão na imprensa nacional e internacional. 

No Youtube, foram mais visualizados os vídeos analíticos relativos à postura do presidente associando o sentimento de vergonha com o uso do termo.

Mapeamos 236 vídeos nos dias 7 e 8 de setembro. Levando-se em conta os veiculadores de conteúdos, é importante citar a centralidade de canais jornalísticos em ambas as datas, especialmente os portais UOL, O POVO Online, CNN Brasil e Poder360. Considerando os dias anteriores ao evento, houve a centralidade dos canais Jovem Pan e Os Pingos No Is, de apoio a Bolsonaro, frequentemente envolvidos em conteúdos em preparativos para a data.

Foi expressiva a presença de conteúdos negativos para a imagem de Jair Bolsonaro em escala nacional e internacional. Dentre os materiais encontrados, foram evidentes as narrativas apontando machismo em seu discurso no 7 de setembro e abuso de fala. A exemplo, pode-se falar nas postagens “o “IMBROCHÁVEL e as masculinidades feridas”, “Independência ou imbroxável – a vergonha de um governo canalha” e “O imbrochável liberalismo: sobre a destruição política, cultural e espiritual do Brasil.” 

No Twitter, foram mapeadas 46.943 menções associadas aos termos “imbrochável”/“imbroxável” e 31.662 publicadores únicos que se envolveram nas narrativas. Os tuítes que foram mais retuitados e que tiveram mais engajamento no período foram todos críticos à fala do presidente no evento.  

Narrativas:

ANTES DO EVENTO: Mudança no inimigo – muito centrada nas urnas eletrônicas, aparece um embate mais focado na figura de Alexandre de Moraes. Mas isso não se consolida no discurso  

 

DURANTE E APÓS: Ganharam destaque as narrativas em tom crítico à fala do presidente – elas tiveram mais destaque, visualizações e engajamento. A questão do machismo surgiu com bastante força.

Boletim a política nas redes

Boletim a política nas redes

Publicação da Editoria de Redes do Observatório das Eleições *

Publicada na Carta Capital 

(Monitoramento geral no período de 21 a 30 de agosto)

Aumento do engajamento no Twitter – Lula e Bolsonaro

 

A semana de 22/08 a 28/08 trouxe uma grande exposição dos candidatos à mídia tradicional com a série de entrevistas no Jornal Nacional e o debate na Band. O resultado teve repercussão nas redes sociais dos candidatos, especialmente de Luiz Inácio Lula da Silva (primeiro colocado nas pesquisas) e de Jair Bolsonaro (segundo colocado). 

 

O monitoramento do Twitter feito pela Editoria de Redes do Observatório das Eleições mostrou que os dois principais candidatos na disputa eleitoral tiveram aumento no engajamento total na plataforma, ou seja, conquistaram mais seguidores depois da exposição na TV. O aumento foi mais significativo para Lula, o que pode se explicar, em parte, pelo desempenho ruim de Bolsonaro no debate.

O candidato do PT, que tem 44% das intenções de voto segundo a última pesquisa Ipec, registrou um aumento de 2,7% no número de seguidores na plataforma. O presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição e que tem fortíssima atuação na internet, teve um aumentou de 1,3% em sua base de apoio no Twitter.

Considerando o engajamento médio, o ex-presidente também teve um aumento maior, crescendo 56% de interações médias por post contra 42,8% de crescimento do atual presidente.

 

No entanto, Bolsonaro conseguiu um aumento total de engajamento de mais de 70%, totalizando 3,94 milhões de interações, contra 3,05 milhões do petista.

 

As principais postagens de Bolsonaro e Lula foram sobre a participação de ambos nas entrevistas do Jornal Nacional. Em relação aos temas que suscitaram mais interação para os candidatos, temos: gênero (discutido por Lula quando abordou a proposta de renegociação de dívidas para as mulheres) e crítica à “carta pela democracia” feita por Bolsonaro.

 

 

Os temas mais abordados nas publicações

 

Em levantamento feito 10 dias após o começo oficial da campanha eleitoral, observou-se que os temas democracia, religião, pandemia e economia estão entre os principais abordados nas publicações de apoiadores de Lula e de Jair Bolsonaro. O monitoramento do Observatório vem categorizando, de forma automatizada, todas as publicações do Twitter e Youtube dos principais apoiadores de ambas as chapas.

Levando-se em conta o Twitter, os temas principais abordados pelo campo  lulista são: democracia (36%), pandemia (11,4%) e religião (10,8%). No campo bolsonarista, os principais são: democracia (29,5%), religião (19.7%) e economia (12%). O tema democracia está presente em ambos os campos, mas com construções narrativas bastante distintas. Alguns recortes mais específicos mostram, abaixo, essas narrativas distintas. 

 

O tema “democracia” na semana no Twitter

 

O monitoramento feito pelo Observatório das Eleições, no período, sobre o tema geral democracia envolve alguns subtemas, como golpe, Carta aos Brasileiros, ditadura, regime militar, Forças Armadas. Nas semanas após a ação do ministro Alexandre de Moraes contra os empresários bolsonaristas que falavam em golpe contra o ex-presidente Lula em rede social, os tuítes com mais engajamento trouxeram os termos golpe, democracia, ditadura e regime militar.

 

O campo bolsonarista reagiu fortemente à operação de busca e apreensão feita pela Polícia Federal e autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes em relação aos empresários investigados pelas manifestações golpistas em rede social. Os apoiadores do presidente Bolsonaro se manifestaram atacando a credibilidade das instituições. O tuíte com mais engajamento foi, novamente, do empresário Luciano Hang, também ele investigado pela PF. 

@LucianoHangBr – 36.808 de engajamento – (23/08) “Compartilhe esse vídeo. Tive meu Instagram retirado do ar, por conta de uma matéria mentirosa, em que o próprio autor, o jornalista Guilherme Amado, admite que nunca falei sobre golpe. Juntos somos milhões. Não existe democracia sem liberdade!” 

 

Em relação ao tema democracia, há uma ressignificação constante do termo pelo campo bolsonarista. O presidente Jair Bolsonaro menosprezou reiteradamente a Carta pela Democracia e associou do PT a ditaduras.

@LucianoHangBr – 92.570 de engajamentos – (23/08) “CENSURA! Acabaram de derrubar meu Instagram. Onde está a democracia e a liberdade de pensamento e de expressão? Tenho certeza que este era o objetivo de toda essa narrativa: tentar me calar. Vivemos momentos sombrios, mas vamos vencer.”

@jairbolsonaro – 88.557 de engajamentos – (25/08)

“Respeitar a democracia é muito diferente de assinar uma “cartinha”. Honrar a Constituição, em especial direitos e garantias fundamentais, é o que diferencia DEMOCRATAS de DEMAGOGOS.”