QUEM SOMOS
O Observatório das Eleições 2022 é uma iniciativa do Instituto da Democracia e da Democratização da Comunicação (INCT IDDC). Reúne especialistas de diversas áreas, como cientistas políticos, juristas, sociólogos e comunicólogos. Disponibiliza artigos, vídeos, infográficos e outros formatos de conteúdos sobre as eleições, através de dados originais ou sistematizações de dados públicos.
Fruto da cooperação entre cientistas políticos e instituições de pesquisa de renome, o Observatório existe desde 2018 e oferece subsídio acadêmico e explicação pedagógica aos diferentes atores políticos, sociedade civil, comunidade universitária e imprensa para o debate sobre as questões centrais envolvidas no processo eleitoral.
Em sua terceira edição, pretende ampliar o alcance e impacto de suas análises. Durante as eleições municipais de 2020, foram produzidos cerca de 130 artigos sobre o processo eleitoral, escritos por mais de 60 professores e pesquisadores de todas as regiões do país e com inserção em diversas disciplinas e especialidades, configurando um conjunto de olhares múltiplos e plural para a análise das eleições municipais.
Em 2022, trará em primeira mão resultados das pesquisas inéditas A Cara da Democracia no Brasil, também iniciativa do INCT IDDC. Além disso, fará um levantamento de dados com foco em um monitoramento independente do papel das redes sociais e do sistema de justiça no resultado das eleições.
CONTEXTO E TEMAS DE DEBATE
As eleições de 2022 dão-se dentro de um contexto muito particular e polarizado. Ao que tudo indica, o Brasil terá, nas eleições de outubro, um enfrentamento entre o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por enquanto líder nas pesquisas de intenção de voto. Até o momento, as pesquisas não indicam grandes intenções de voto em candidatos da chamada “terceira via”.
Mudanças eleitorais marcam as eleições de 2022. Seus efeitos no comportamento eleitoral e nos resultados deverão ser observados. Entre as mais significativas,as federações partidárias. Estas serão as primeiras eleições para deputado federal e estadual sem o funcionamento das coligações. A nova forma de aliança entre os partidos prevê um comprometimento de quatro anos e pode ter impacto nas dinâmicas a nível estadual, federal, e, inclusive, municipal em 2024.
Em paralelo aos debates eleitorais, a discussão sobre a legitimidade do voto eletrônico e do próprio sistema eleitoral brasileiro será parte importante da cena pública brasileira. Foram diversos os ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral. Apesar de em novembro de 2020 ele ter recuado e dito que “passou a acreditar no voto eletrônico”, a campanha pelo voto impresso, por ele protagonizada, segue sendo divulgada por seus apoiadores e se acentuou com o envolvimento das forças armadas no questionamento do sistema de apuração. É de se considerar ainda o apoio do presidente brasileiro à reivindicação de Donald Trump, sem provas, de que teria havido fraude na eleição presidencial estadunidense de 2020.
Sobram evidências de que, especialmente em caso de derrota do campo da ultradireita, é grande a possibilidade de ocorrer uma contestação dos resultados com o objetivo de colocar em xeque a posse do futuro presidente, estendendo o quadro eleitoral para além de outubro de 2022.
A desinformação deve ocupar um espaço central durante esse período. As chamadas fakenews, que se tornaram alvo de uma CPI do Senado e de um inquérito no STF, estão no alvo do TSE. Os disparos em massa, que teriam sido utilizados em 2018 e estão na mira da Justiça Eleitoral, devem ser coibidos, mas não há ainda segurança de como isso será regulado pelo Estado, da adesão das plataformas transnacionais aos eventuais regramentos nacionais e da efetivação desse controle. Ficam questões sobre o alcance da campanha “dissimulada e opaca” que ocorre abaixo do radar das autoridades no ambiente digital.
Gênero e raça também devem aparecer com força nessas eleições, tanto pelos debates sobre cotas para candidaturas de mulheres, mas também como essas questões permeiam debates eleitorais contemporâneos, seja via demandas da sociedade civil, seja nas atitudes de partidos e candidaturas. Outro ponto de destaque são os atores coletivos, isto é, grupos oriundos da sociedade que estão buscando atuar nas eleições, seja pelas vias institucionais – candidaturas próprias como as de indígenas e trabalhadores rurais -, seja pela pressão nas ruas e na internet, seja pelas alianças com candidaturas. Além dos coletivos da sociedade civil organizada, manteremos atenção a grupos que emergiram em anos recentes, como religiosos conservadores e caminhoneiros.
Por fim, debates sobre meio ambiente e agronegócio devem aparecer com força no debate eleitoral, especialmente considerando Amazonia e cerrado, mas não apenas eles. O Observatório estará atento ao financiamento de campanhas por parte de grandes empresas do setor agropecuário, mineração e demais atividades predatórias, assim como candidaturas com agenda ambiental relevante, de povos indígenas e demais povos tradicionais. O papel do tema ambiental nos debates entre candidatos a cargos majoritários, assim como manifestações políticas de empresários ligados ao agronegócio serão objeto de atenção especial, da mesma forma que o papel dos movimentos sociais de luta pela terra no contexto das eleições e as candidaturas ligadas à agricultura familiar.
EDITORIAS
O Observatório organiza suas análises por meio de editorias. Nelas estão os temas centrais dados pelo contexto e que devem permear a produção de conteúdo. As editorias têm a sua frente pesquisadoras e pesquisadores referências em suas áreas, mas contam com colaborações de outros estudiosos e estudiosas, ampliando os olhares e perspectivas dos envolvidos. São elas:
● Justiça e Eleições
● Opinião Pública
● Gênero e Raça
● Desinformação e Redes
● Atores coletivos
● Legislativo
● Meio Ambiente
● Regionais
● Geral
EQUIPE
Leonardo Avritzer
INCT IDDC - UFMG
Coordenador do INCT IDDC e do Observatório das Eleições. É professor do Departamento de Ciência Política da UFMG, doutor em Sociologia Política pela New School for Social Research e com pós-doutorado pelo MIT – EUA. Foi representante de área da Capes, diretor da Anpocs e presidente da ABCP. Autor de vários livros, entre eles O Pêndulo da Democracia no Brasil e Governo Bolsonaro: Retrocesso Democrátio e Degradação Política.
Currículo Lattes
Marjorie Marona
INCT IDDC - UFMG
Professora da UFMG, coordenadora do Observatório da Justiça no Brasil e na América Latina e pesquisadora do INCT IDDC. Graduada e mestre em Direito, possui doutorado em Ciência Política. É coorganizadora de Justiça e Democracia no Brasil na América Latina: para onde vamos? e coautora de A Política no banco dos réus: a Lava-Jato e a erosão da democracia no Brasil.
Currículo Lattes
Marisa von Bülow
UNB
Professora do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília. É doutora em Ciência Política pela Johns Hopkins University. Suas publicações tratam do tema do ativismo digital, das estratégias digitais eleitorais e das relações entre sociedade e Estado.
Currículo Lattes
Carlos Ranulfo F. Melo
UFMG
Doutor em Ciência Política, professor titular aposentado do Departamento de Ciência Política da UFMG e pesquisador do Centro de Estudos Legislativos. Autor de Retirando as Cadeiras do Lugar: Migração Partidária na Câmara dos Deputados, coautor de Governabilidade e Representação Política na América do Sul e coeditor de La Democracia Brasileña: Balance y Perspectivas para el Siglo XXI. Tem artigos publicados sobre partidos, estudos legislativos e instituições comparadas com foco no Brasil e nos países da América do Sul.
Currículo Lattes
Fabiano Santos
IESP - UERJ
Doutor em Ciência Política pelo IUPERJ. Professor e pesquisador do IESP-UERJ. Vice-coordenador do INCT IDDC. Especialista em poder legislativo e instituições políticas brasileiras.
Currículo Lattes
Flávia Birolli
UNB
É doutora em História pela Unicamp, professora de Ciência Política da UnB e pesquisadora do CNPq. Foi presidente da Associação Brasileira de Ciência Política. É autora, entre outros, de Gênero e desigualdades: limites da democracia no Brasil e coautora de Gênero, neoconservadorismo e democracia, ambos publicados pela Boitempo em 2018 e 2020.
Currículo Lattes
Oswaldo E. do Amaral
UNICAMP
Oswaldo E. do Amaral é cientista político e diretor do Centro de Estudos de Opinião Pública (Cesop) da Unicamp.
Currículo Lattes
Luciana Santana
UFAL
É professora na Universidade Federal de Alagoas e do PPGCP da UFPI. Mestre e doutora em Ciência Política pela UFMG, com período sanduíche na Universidade de Salamanca. Líder do grupo de pesquisa: Instituições, Comportamento político e Democracia e diretora da regional Nordeste da ABCP.
Currículo Lattes
Fábio Kerche
Unirio
Doutor em Ciência Política pela USP e professor da Unirio. Foi pesquisador visitante na New York University e na American University. Foi pesquisador titular da Fundação Casa de Rui Barbosa e é autor, entre diversas publicações, do livro A Política no Banco dos Réus: a Operação Lava Jato e a erosão da democracia no Brasil, escrito em parceria com Marjorie Marona.
Currículo Lattes
Helena Martins
UFC
Helena Martins é professora da UFC. Doutora em Comunicação pela UnB, com sanduíche no Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa (ISEG). É editora da Revista EPTIC. Coordenadora do Telas – Laboratório de Tecnologia e Políticas da Comunicação e integrante do Obscom / Cepos.
Currículo Lattes
Marta Mendes
UFJF
É professora associada do Departamento de Ciências Sociais da UFJF, onde coordena o Núcleo de Estudos sobre Política Local (NEPOL). Doutora em Ciência Política pela UFMG. Foi pesquisadora visitante na University of Texas at Austin. Webpage: martamrocha.com
Currículo Lattes
Leonardo Barros Soares
UFV
Professor do Departamento de Ciências Sociais da UFV e colaborador do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da UFPA. Mestre e doutor em Ciência Política pela UFMG, com período sanduíche na Université de Montréal. Coordenador do Grupo de Pesquisa Política e Povos Indígenas nas Américas.
Currículo Lattes
Priscila Carvalho
INCT IDDC - INOVA JUNTOS
Pós-doutoranda no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (Inova Juntos). Pesquisadora do INCT IDDC. Investiga a atuação de atores coletivos em processos democráticos, com ênfase na transnacionalização de movimentos sociais e sindicatos rurais e percepções de cidadãos sobre autoritarismo e democracia. Doutora em Ciência Política pela UFMG.
Rachel Callai Bragatto
INCT IDDC
Pesquisadora em estágio pós-doutoral no INCT IDDC. Jornalista, mestre e doutora em Sociologia pela UFPR, foi visiting researcher na University of California – Los Angeles, sob a supervisão de Carole Pateman. Investiga temas como democracia e internet, participação política e cibercultura.
Priscila Zanandrez
INCT IDDC
Pesquisadora em estágio pós-doutoral no INCT IDDC. Doutora e mestre em Ciência Política e graduada em Gestão Pública pela UFMG. Gestora de projetos do Projeto de Democracia Participativa da UFMG. Tem experiência na área de Ciência Política e Gestão Pública, com foco em Participação, Conselhos de Políticas e Sociedade Civil.
Currículo Lattes
Maria Alice Silveira Ferreira
INCT IDDC
Doutora e Mestra em Ciência Política pela Universidade Federal de Minas Gerais com doutorado sanduíche pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Possui especialização latu sensu em Produção de Mídias Digitais (IEC-PUC Minas). Graduada em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Montes Claros. Atualmente é pesquisadora em estágio pós-doutoral no INCT/IDDC.
Currículo Lattes
Alexandre Arns Gonzales
UNB
Pesquisador colaborador do Instituto em Ciência Política (IPOL) da UnB e bolsista de pós-doutorado pelo CNPq. É doutor em Ciência Política pela UnB, mestre pela UFRGS e graduado em Relações Internacionais pela UNIPAMPA.
Currículo Lattes
Helena Dolabela
INCT IDDC
Helena Dolabela é pesquisadora de pos-doutorado no INCT IDDC. Doutora em Antropologia e mestre em Ciência Politica pela UFMG. Pesquisa temas como conflitos socioambientais e litigância climática.
Currículo Lattes
Carla Rosário
UFMG
Doutoranda em Ciência Política na UFMG. Graduada em Gestão Pública e mestre em Ciência Política pela UFMG. Pesquisadora do Projeto de Democracia Participativa e do INCT IDDC. Investiga crise da democracia e os mecanismos de reprodução das desigualdades de gênero e raça no Brasil.
Currículo Lattes
Mariana Dutra
INCT IDDC
Mestre em Políticas Públicas pela FLACSO, graduada em Ciências Sociais pela UFPR, é Diretora Executiva do Instituto Diáspora Brasil. Atua como Pesquisadora & Gestora de Projetos em organizações sociais nacionais e internacionais nas áreas de Cidadania, Políticas Públicas e Migrações.
Washington Santos
INCT IDDC
Bacharel e Mestre em Engenharia Química pela UFS e licenciado em Química. Mestrando em Saneamento pela UFMG e prestando serviço técnico ao IDDC INCT